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A Chama
Alguém disse a sua amada que seu amor era imenso e eterno. Insegura e desconfiada, ela quis saber se aquele amor era, também, puro e verdadeiro e, para ter certeza, exigiu dele uma prova.
Seguro de seus sentimentos, ele acendeu uma vela e, apontando para a chama, asseverou: – Meu amor é tão puro e verdadeiro quanto esta chama. Ainda insegura, ela disse: – Só acredito que você esteja dizendo a verdade se esta chama se mantiver acesa por toda a eternidade. Aceitando aquele desafio, ele deixou a vela acesa. Seguindo seu processo natural, lentamente, a vela foi se queimando e queimando... E, a partir daquele momento, ela passou a preocupar-se só com o desgaste da vela e em manter acesa a vida da chama. O tempo foi passando, passando... Até que a vela queimou até o fim e a chama se apagou. Triste e decepcionada, ela exigiu dele uma explicação. Muito tranquilo, sem nenhum remorso, ele assegurou: – O meu amor foi imenso, eterno, puro e verdadeiro; você é que, na sua desconfiança e insegurança, preocupou-se demais com o desgaste natural da vela e manter acesa a vida da chama e, com isso, não deu a devida importância aos meus sentimentos e nem viu uma eternidade inteira passar.
Concita Weber - Livro: O Topo da Montanha ( Contos e poesias )
Enviado por Boabaid em 14/04/2020
Alterado em 14/04/2020 Comentários
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